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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Fundação Dorina: do braille ao livro digital

Fundação Dorina: do braille ao livro digital


Escrito por Deisy Fernanda Feitosa


                              Fundação Dorina: do braille ao livro digital

O sistema de escrita em Braille foi inventado pelo francês Louis Braille, em 1829, e até hoje é um sistema manual de leitura utilizado pelas pessoas cegas. Ele permite a leitura por meio do tato em contato com pontos de alto relevo, que ficam em diferentes posições. A Fundação Dorina Nowill para Cegos prioriza as impressões em Braille para a geração de títulos infantis e infantojuvenis por ser importante no período de alfabetização, que atende a faixa etária de até 8 anos.
Segundo Sílvia Rosa, gerente de captação de recursos da Fundação Dorina Nowill para Cegos, o livro em braile tem uma procura mais passiva e exige que o leitor tenha conhecimento prévio. De acordo com ela, no Brasil somente 10% da população com deficiência visual foi alfabetizada em braille, mas ressalta que apesar de poucos, são leitores “fiéis”. “Eles vão preferir sempre conteúdos em braille, porque é uma leitura que podem fazer sozinhos e não tem nenhum tipo de influência externa. Acho que o livro digital contribui para ter acesso a mais conteúdos, apenas”, explica.
Rosa informa ainda que o grupo de pessoas com deficiência visual atendido pela Fundação Dorina lê 9 livros por ano. A média se aproxima a dos países desenvolvidos, onde uma pessoa lê em média 10 livros ao ano. “Eles lêem muito, são leitores vorazes”, comemora. Já a média do brasileiro é de 1,3- sem incluir os livros didáticos, recomendados pelas escolas-, de acordo com dados da pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro em 2008.
A Fundação converte livros impressos, recém-lançados no mercado, para o formato digital e falado. Todo o procedimento é realizado na gráfica da fundação, considerada hoje a maior da América Latina em braille, que conta com 2 estúdios de gravação e um centro de produção de livros digitais. Ela grava, replica os CDs, os converte em formato MP3 e faz a distribuição do material para as instituições. Porém, o título pode demorar até um mês para ser produzido, pois cada pessoa só pode ler em média 6h por dia.
“A gente já tem uma agilidade maior de produção para livros falados. Além disso, são mais baratos e ocupam menos espaço na prateleira das bibliotecas”, diz Sílvia. Segundo ela, os livros digitais não são disponibilizados no site por conta da Lei de Direitos Autorais, que apenas permite a reprodução gratuita para uso exclusivo da pessoa com deficiência visual.
Apesar de todas as tecnologias existentes de acessibilidade que a fundação utiliza, ela acredita que as elas não vão substituir o braille, mas têm um papel significativo no cenário atual. “Elas permitem muito mais independência e interatividade da pessoa com o material e nos espaços de convívio social, como na sala de aula e na biblioteca. Dão mais autonomia e permitem um acesso amplo à informação e ao conhecimento. Esse formato vem a contribuir para diferentes formas de leitura”, avalia.
A gerente cita como exemplo o livro digital, que permite a utilização de uma série de ferramentas, como texto escrito e centralizado, acompanhado do audiolivro, a ampliação da fonte, que pode ser útil não só para as pessoas cegas, mas também para aquelas de baixa visão, a busca por palavras-chave e o acesso à página pretendida. “Em sala de aula, quando o professor pede determinada página, e pessoa cega consegue acompanhar esse movimento. A gente também está evoluindo para um formato que permite fazer exercícios, imprimir e tem uma série de recursos”, informa.




Sílvia Rosa: "Os leitores de braille são fiéis”




                                                  Gráfica de livros em braille da Fundação


Fotos: divulgação FDNC

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